Adolfo Bezerra de Menezes
Em 29 de Agosto de 1831, nascia no Riacho do Sangue (hoje Jaguaretama) , então província do Ceará, filho de António Bezerra de Menezes e de dona Fabiana de Jesus Maria Bezerra.
Foi criado dentro
dos princípios da religião católica apostólica romana, da qual seus pais eram fervorosos adeptos.
Sustentou-se com todas as dificuldades, dando aulas de Filosofia e Matemáticas, para doutorar-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1856, laureando-se sempre com a primeira nota.
Mais tarde, abandonou o último
patronímico e prosseguiu o trabalho de afirmação na Corte brasileira de então, firmando-se na sociedade como patriota, médico, homem de cultura e de acção, como
jornalista, político e escritor.
Em 16 de Maio de 1886, no salão de conferências públicas da Federação Espírita Brasileira, ante selecto e numeroso auditório, proclamou solenemente sua adesão ao Espiritismo, com uma conferência brilhante, comparando as doutrinas romana e espírita, “concluindo que esta e não aquela era o coroamento da teodicéia e da moral cristã”.
Escreveu o romance “A Casa Assombrada”, “A Loucura sob Novo Prisma”, “A
Doutrina Espírita como Filosofia Teogónica" - reeditada sob o título “Uma carta de Bezerra de Menezes”, dentre várias outras obras.
Assumiu a presidência da FEB em 1894, lembrado como o único capaz de unificar a família espírita.
Em 1889, iniciou o estudo metódico de “O Livro dos Espíritos” em sessões semanais.
Exerceu a presidência da FEB até Janeiro de 1900, sempre com
espírito fraterno e unificador, dentro da divisa "Deus, Cristo e Caridade".
O “Médico
dos Pobres” e o “Kardec Brasileiro”, conforme cognominado, como presidente da FEB, soube atender às recomendações das mensagens espirituais: “A
missão dos espíritas, no Brasil, é divulgar o Evangelho em espírito e verdade” (Ismael); “A cada povo a sua tarefa. A vossa, a maior, é o
Evangelho: tendes de educar os corações” (Urias). Tais orientações se reflectiram no "Reformador", do qual era redactor-chefe, e a elas a FEB se
tem conservado fiel até o presente.
Desencarnou no Rio de Janeiro, no dia 11 de Abril de 1900.