Português, Jeronymo Ribeiro nasceu na
aldeia Lamas, Conselho de Penela, distrito de Coimbra, a 17 de Março de
1854. Casou-se dia 30 de Abril de 1877 com Maria Rosa da Conceição Oliveira.
Emigraram para o Brasil antes de 1888, fixando-se em São Paulo.
Em 1900 entrou em contacto com a professora Anália Franco que
desenvolvia o seu trabalho de missionária. Muito colaborou com a obra de
Anália Franco, e era um ideal seu dar continuidade àqueles beneméritos actos
de abnegação e compaixão pelos menos favorecidos da sorte. Médium de raras
qualidades, dedicou-se à divulgação do Espiritismo. Através da audição
mediúnica e da psicografia recebia mensagens e orientações dos espíritos,
possibilidades que favoreceram muito a sua missão de peregrino espírita.
Realizou muitas viagens pelo Brasil, viajando pelo Vale
Paraíba. Peregrinou por São Paulo e Rio de Janeiro, sempre divulgando o
Espiritismo, vendendo revistas espíritas e angariando donativos para
crianças, velhos e doentes mentais. Com a estrada de ferro Leopoldina, ele
alcançou o Espírito Santo, chegando até Vitória, com algumas incursões a
Minas Gerais.
Fixando-se em Cachoeiro de Itapemirim (ES), por indicação
espiritual, fundou instituições beneficentes, combatendo o analfabetismo e
cuidando de crianças, idosos e alienados mentais; em alguns casos, recebia
verbas estaduais e municipais para tanto.
Usou a mediunidade como instrumento de amor, deslocando-se a
qualquer hora para socorrer quem quer que lhe necessitasse da presença amiga
e vigorosa. Sua fama de médium curador espalhou-se pelo Estado. Muitos
obsidiados, tidos como loucos, foram aliviados em sua presença. Os
perturbados mentais internados encontraram lar amigo, amor, dedicação e
grande melhora pela terapia do trabalho.
Jeronymo Ribeiro desencarnou a 5 de Outubro de 1926, em
Cachoeiro de Itapemirim, aos 72 anos de idade. Possuía uma cardiopatia e ao
aproximar-se do dia em que deveria partir deste mundo, adoeceu visivelmente,
vindo a falecer 5 dias depois com um sorriso no rosto, como deve ser a morte
de um justo.
Do Mundo Espiritual, Jeronymo Ribeiro continuou sua obra,
orientando os trabalhos espíritas de assistência social e importantes
tarefas de desobsessão, através de abnegados médiuns sensíveis à sua
influência benfeitora. O seu lema era "o Espiritismo deve ser divulgado por
palavras e actos".
Fonte: MOFRA - Movimento da Fraternidade.
"Dossiê Jeronymo Ribeiro" - FESPE, 1993
(Lamartine Palhano Jr., Elza Valadão Leite Archanjo e Walace Fernando
Neves).