EXCENTRICIDADES E LOUCURA



Narra a Mitologia grega, que Prometeu roubou o fogo sagrado de Zeus e deu-o aos homens. Revoltado, Zeus acorrentou-o a um monte por 30 séculos, e ali uma águia lhe devorava o fígado, que se refazia, até quando foi libertado por Heracles.

Da mesma forma castigou os homens, enviando Pandora, bela e sedutora mulher que conquistou Epimeteu, irmão de Prometeu, que o advertira a não receber nenhum presente de Zeus. Não o escutando, aceitou a dádiva, e Pandora então, liberou pragas e desgraças que passaram a assolar a Terra e os homens, infelicitando-os.

Epimeteu é a antítese de Prometeu. É leviano, irreflectido, gozador. O outro representa o despertar da consciência, ama e sofre os efeitos da sua afeição, paga o preço com resignação.

A sociedade contemporânea, fascinada pelo ilusório, deixa-se arrastar pela onda de excentricidades, e os indivíduos, sem rumo, buscam asfixiar as angústias e dores que os aprisionam em tormentos depressivos e exacerbações emocionais, conduzidos pelos vapores alcoólicos, pelos estímulos das drogas aditivas, pela volúpia do sexo em desalinho. Transforma-se o ser humano em um subtipo vulgar, onde a razão cede lugar ao desequilíbrio, e, à medida que ocorre a alucinação do gozo, o envelhecimento, as enfermidades se acercam e os aficionados de Pandora, novos Epimeteus, despertando tardiamente, após usufruírem o prazer desgastante, se entregam à revolta, ao pessimismo, às acrimónias, ao suicídio...

Nessa paisagem torpe e triste, no entanto, repontam incontáveis Prometeus que, sábios e prudentes, permanecem em vigília, resguardados das artimanhas de Zeus e da sua representante destruidora de alegrias e de esperanças, trabalhando com afã em favor da construção de uma sociedade mais moralizada, mais saudável.

São inevitáveis a vitória do amor, do dever, da ordem, porque a criatura avança para a perfeição relativa que lhe está destinada desde a sua origem. Nenhum empeço pode fazer-se duradouro, dificultando-lhe o crescimento, impedindo-lhe a conquista do objectivo. Há um limite em tudo na Terra, que propele, quando atingido o ápice, ao recomeço. A vítima da exorbitância tem necessidade de refazimento. As consciências entorpecidas são conduzidas ao despertamento. Os Epimeteus vencidos pela própria incúria, recorrerão à sabedoria dos Prometeus experientes, que os conduzirão da ruína à recuperação.

Uma nova cultura, uma diferente civilização se desenvolvem sobre os alicerces carcomidos das actuais, à medida que for surgindo nas mentes dos Epimeteus arrependidos, novas aspirações, que os levarão a buscar JESUS, o bom e amoroso Pastor de nossas almas.

(Condensado. Fonte: Revista Presença Espírita - artigo de Vianna de Carvalho)
Fonte: www.vrnet.com.br
 
 
 
 

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