INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS NO NOSSO PENSAMENTO
Allan Kardec em "O LIVRO DOS MÉDIUNS" refere-se à mediunidade
como algo comum a todos os homens: "Todo aquele que sente num grau qualquer
a influência dos Espíritos, é por esse fato médium. Por isso são raras as
pessoas que dela não possuam alguns rudimentos".
Em "O LIVRO DOS ESPÍRITOS" vamos encontrar outra questão interessante
relacionada a esse assunto. Os Espíritos influenciam em nossos pensamentos e
actos mais do que imaginamos, pois influem a tal ponto que chegam a nos
dirigir.
Resta-nos a indagação: Se os Espíritos nos influenciam tanto, como entender
nossa liberdade de acção ou livre arbítrio?
A princípio é necessário rever alguns pontos importantes da Doutrina
Espírita que vêm auxiliar na compreensão desse assunto.
Todos somos Espíritos. Vivemos encarnado num mundo material, mas estamos
intimamente ligados à nossa origem espiritual.
Estamos naturalmente convivendo com mentes encarnadas e desencarnadas, numa
constante troca.
Somos livres porque podemos fazer escolhas e agir de acordo com a nossa
vontade, utilizando o discernimento, ou seja, a razão.
É no pensamento que vamos gozar de total liberdade, pois se a matéria nos
limita, no pensar somos inteiramente livres.
É aí que vamos encontrar a chave à resposta para nossas indagações.
Prestemos bastante atenção no fato de que na base de nosso pensar está o
nosso desejo.
Este é o fruto de nossas múltiplas experiências nas vidas sucessivas que
tivemos, onde registramos todas as nossas aquisições morais e espirituais.
A influência dos Espíritos ocorre, não em nossas escolhas, mas sim em nossos
desejos, mais especificamente em nosso desejo central.
A partir do nosso desejo central, elaboramos o nosso pensamento para depois
agir, num ciclo assim resumido: sentir, pensar e agir.
Os Espíritos influenciam nossos desejos; quando eles não são disciplinados
corremos o risco de que direccionem os nossos pensamentos e,
consequentemente, determinem nossa acção.
Por quais tipos de espíritos estamos sendo influenciados? Eis a grande
questão.
E se quisermos obter uma resposta, basta que façamos uma análise criteriosa
de nossos desejos mais íntimos, indagando a nós próprios:
O que tenho desejado?
O meu desejo prejudica o meu progresso espiritual e o do outro?
Estará em conformidade com a lei: "Fazer aos outros o que quero para mim"?
A partir das respostas que daremos a estas questões, poderemos constatar
quais têm sido nossas companhias espirituais, aproveitando também para
ampliar o nosso auto conhecimento.
Podemos então concluir que a mediunidade é algo presente em nossa vida, e
que de maneira espontânea e natural podemos aprender a utilizá-la de maneira
que seja útil a nós próprios e aos outros.