Livre Arbítrio

 

 

 

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos tornará livre.
 

            O livre arbítrio é a faculdade que permite ao homem edificar, conscientemente, o seu próprio destino, possibilitando-lhe a escolha, na sua trajectória ascensional, do caminho que desejar.
 

            Limitado a princípio, vai-se expandindo à medida que o homem cresce em espiritualidade .
 

            Quanto mais evoluído o ser, mais amplo o seu livre arbítrio, maior o seu direito de fazer certas escolhas, no campo da vida, assumindo assim, apouco e pouco, o comando definitivo de sua ascensão .
 

            Livre arbítrio e responsabilidade individual desenvolvem-se, simultaneamente, no aprendizado humano.
 

            O homem de evolução primária tem o livre arbítrio limitado, restrito .
 

            Equivale ao sentenciado que a lei pune, sem transigências, submetendo-o à reclusão onde melhor convenha aos interesses da lei e da sociedade.
 

            A sociedade e a lei não confiam nele .
 

            O homem de evolução mediana tem sua esfera deliberativa menos restrita.
 

            Corresponde ao recluso que, submetido à disciplina dos códigos, recebe dos códigos certas concessões, geralmente atribuídas aos que, no cumprimento de suas penas, demonstram boa vontade e obediência, respeito e compreensão.
 

            O homem evolvido é o ex sentenciado, o que já se libertou e corrigiu .
 

            Provas e expiações, disciplinas e correctivos foram-lhe o caminho para a libertação definitiva.
 

            Nada mais deve à lei e colabora, na sociedade, para que se restaurem a justiça e a fraternidade, a harmonia e o progresso.
 

            E' livre para agir, porque discerne o bem do mal, a verdade da mentira, a luz da sombra.
 

            Conhecendo a Verdade, a Verdade o fez livre.
 

            De sua actuação resultam o trabalho e a prosperidade, o fortalecimento e a segurança das peças que constituem, que formam o maquinismo das colectividades .
 

            Um dia, no curso dos milénios, o nosso livre arbítrio se harmonizará plenamente com a Verdade Total, com as deliberações superiores .
 

            Nesse dia saberemos executar, com fidelidade, o pensamento do Cristo, Mestre e Senhor Nosso.


 

* * *
 

            Nesse dia, do qual ainda distamos muito, diremos com o apóstolo dos gentios: "Não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim."
 

            Tal se dará quando tivermos superado as imperfeições.
 

            Quando nos integrarmos, em definitivo, pelo coração e pela inteligência, nos preceitos morais e fraternos do Evangelho.
 

            Sem aquisições elevadas, com base nos ensinos do Celeste Enviado, a liberdade nos leva a quedas e fracassos, que redundam, geralmente, em clamorosos débitos e amargas expiações.
 

            Abusando da força - esmagamos os fracos .
 

            Exorbitando do poder, através da liberdade mal dirigida - oprimimos os humildes.
 

            Utilizando mal a inteligência - confundimos os menos esclarecidos.
 

            Se o livre arbítrio é faculdade que se origina, em princípio, de aquisições intelectuais, o coração bem formado contribuirá, sem dúvida, para que seja ele exercido segundo os padrões da moral e da fraternidade, garantindo, no Grande Porvir, o triunfo do Espírito Imortal.
 

            O livre arbítrio do homem não evoluído é como um espelho que o lodo das imperfeições desnatura, por algum tempo.
 

            O livre arbítrio do homem de evolução mediana é como uma madrugada que espera o beijo do Sol.
 

            O livre arbítrio do homem evolvido - do que se libertou da ignorância - é como a face tranquila de um lago, onde se reflectem, no esplendor de sua radiosidade, os luminosos raios do astro rei.

 

 

Fonte: Martins Peralva

livro Estudando o Evangelho - À Luz do Espiritismo
FEB

 

 

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