Na Casa de meu Pai há muitas moradas...
Observando o céu estrelado, em uma noite sem nuvens, não há
quem, com um mínimo de imaginação, não se interrogue a respeito da
possibilidade de vida em outros mundos disseminados pelo Cosmo. É sugestivo
um diálogo de Jesus com seus apóstolos, registrado no Evangelho de João
(14:1-3): "Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas...".
As confissões religiosas têm dado interpretação equivocada a esta passagem
evangélica. O Espiritismo, entretanto, como o Consolador prometido por
Jesus, e que estaria destinado a esclarecer todas as coisas e a nos recordar
o que Ele nos ensinou (João 14:15-17 e 26) elucida essa questão. Allan
Kardec, reserva o capítulo III de O Evangelho Segundo o Espiritismo a esse
assunto, classificando os orbes em cinco categorias, de acordo com o grau de
evolução dos Espíritos que neles habitam.
A Terra foi incluída na segunda se eram habitados todos os globos que se
movem no espaço, assim lhe respondeu o Espírito de Verdade: "Sim, e o Homem
terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em
bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito
fortes e imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter
seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o
Universo." Essa resposta foi dada a Kardec há 140 anos, em uma época de
racionalismo extremado e de humanismo ególatra.
Nas últimas décadas, a ciência vem desenvolvendo ingentes esforços na busca
de provas ou indícios de vida ou seres inteligentes extraterrestres. Mas o
caminho é longo e as dificuldades imensas. Apesar de tudo, temos a convicção
íntima de que a Humanidade não está só no Universo. Essa convicção é
robustecida pelo que nos informa a Doutrina dos Espíritos, que como um
farol, ilumina o caminho do homem, que segue aos tropeços e apalpadelas,
pleno de incertezas e dúvidas, mas também de sonhos, muitas vezes
grandiosos.