Perdão Verdadeiro



    Tive a ventura de conhecer uma pessoa que me permitiu tratá-la e tê-la como 
amigo.

    Uma parte de sua vida é tão rica em exemplo de perdão verdadeiro que até parece coisa de romancista.

    Como a maioria dos imigrantes jovens, foi morar nos Estados Unidos, em busca de fazer fortuna. Em quatro duros anos de trabalho, conseguiu amealhar bens consideráveis: apartamentos, carros, uma firma bem conceituada e um crédito bancário de U$ 1,2 milhões.

    Trabalhando com exportações, despachou para o Brasil três encomendas que cobriam aquele volume de crédito. Só que, ao vencerem as parcelas do empréstimo, os clientes simplesmente nada pagaram e desapareceram com as mercadorias.

    Veio ao Brasil para ver se recebia alguma coisa dos clientes e ao final só conseguiu dispor todos seus bens, inclusive a empresa, a venda para assim tentar resgatar seu débito, o que não foi de todo possível.

    No Brasil, vida de penúrias se lhe abateu; sem dinheiro, sem bens e sem crédito, e ainda um saldo alto de débito a pagar noutro país.

    Estava no auge do desespero quando, meses depois, num dia 24 de dezembro, tomou uma decisão definitiva: pegou o telefone e discou para o maior dos seus devedores.

    - Olhe - disse ele -, estou lhe telefonando para agradecer por você ter pago seu débito!

    É claro que o devedor se espantou, mas ele insistiu em dizer que havia caído em sua conta bancária um valor igual ao que ele devia e que, portanto, estava agradecido pelo benefício.

    Deixou o interlocutor surpreso e, após desejar-lhe um Feliz Natal e um Ano Novo esplendoroso, desligou e ligou para os outros dois devedores, repetindo a mesma coisa.

    Por fim, disse para si mesmo:

    - Pronto amigo, agora você está livre desse tormento, pois você os perdoou.

    Ouvi essa narrativa com admiração e espanto. Afinal, ele tinha perdoado a bolada de 1,2 milhões de dólares e esquecido todas as funestas consequências que aqueles clientes tinham-no arremessado.
Mas sua conclusão foi mais surpreendente ainda:

    - Nos primeiros dias do janeiro seguinte começaram a surgir novos negócios e de lá p'ra cá consegui rapidamente refazer minha vida. Hoje só devo apenas 35 mil dólares daquele volume inicial e já tenho toda uma estrutura montada, onde trabalho e me realizo. Ou seja, pude provar na própria pele que "é dando que se recebe". Na hora em que perdoei a dívida, fui perdoado do sofrimento por que passava... e voltei a vencer.

    Meu comentário é: lembre-se: isto é uma história real!

Jacob Melo

 

CEIF - Centro Espírita Irmã Filomena
Rua Estrada Velha Nº116 - Beiriz
C.P. 4495-328 - Póvoa de Varzim
 Portugal 
www.ceifpvz.com
ceif.pvz
@gmail.com