SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO
Explica Kardec:
Durante a vida , o Espírito se acha
preso ao corpo pelo seu envoltório semimaterial ou perispírito.
A morte é a destruição do corpo
somente, não a desse outro invólucro.
Que do corpo se separa quando cessa
neste a vida orgânica.
A observação demonstra que, no
instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa
subitamente; que, ao contrário, se opera gradualmente e com uma lentidão
muito variável conforme os indivíduos.
Em uns é bastante rápido, podendo
dizer-se que o momento da morte é mais ou menos o momento da libertação.
Em outros, naqueles sobretudo cuja
vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito menos rápido,
durando algumas vezes dias, semanas e até meses, o que não implica existir,
no corpo, a menor vitalidade, nem a possibilidade de volver à vida, mas uma
simples afinidade com o Espírito, afinidade que guarda sempre proporção com
a preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria.
É, com efeito, racional conceber-se
que, quanto mais o Espírito se haja identificado com a matéria, tanto mais
penoso lhe seja separar-se dela; ao passo que, a actividade intelectual e
moral, a elevação dos pensamentos, operam um começo de desprendimento, mesmo
durante a vida do corpo, de modo que, em chegando a morte, ele é quase
instantâneo.
Tal o resultado dos estudos feitos em
todos os indivíduos que se tem podido observar por ocasião da morte.
Essas observações ainda provam que a
afinidade, persistente entre a alma e o corpo, em certos indivíduos é, às
vezes, muito penosa, porquanto o Espírito pode experimentar o horror da
decomposição.
Este caso, porém, é excepcional e
peculiar em certos géneros de vida e a certos géneros de morte. Verifica-se
com alguns suicidas”.
Trecho extraído do livro
“Na Hora do Adeus”
Luiz Sérgio