VISÃO DINÂMICA DA REENCARNAÇÃO 


O conceito anterior, a respeito do qual o processo da reencarnação do ser objectiva expungir os males praticados, pagar os erros cometidos, ressarcir as dívidas pretéritas, cede hoje lugar a uma visão mais dinâmica e menos punitiva desse recurso indispensável à evolução. 

A dor é mecanismo natural do fenómeno da Vida e não apenas imposição rectificadora. 

Certamente, em muitos casos torna-se pedagoga e terapêuta para ocorrências e pessoas, conclamando estas últimas à reflexão, ao amadurecimento, à correcção e ao aprimoramento dos actos. 

Nem sempre, porém, é resultado dos erros passados, mas também o é dos sucessos naturais da escalada evolutiva. 
O amor, sim, é lei da Vida, trabalhando o indivíduo para o desdobramento e consciencialização dos valores que nele jazem em germe. 

A reencarnação é impositivo do progresso, que faculta o crescimento do espírito, propiciando-lhe a identificação e a assimilação dos relevantes objectivos a que está destinado. 

Através dela, quando equivocado, se recupera; quando em indisciplina, se reeduca; quando em deficiência, se aprimora, adquirindo sempre experiências novas, que incorpora ao íntimo património de natureza intelecto-moral. 

O resgate dos erros e dos crimes cometidos, dá-se, não apenas, mediante o sofrimento, mas igualmente através de realizações edificantes, dignificadoras que o amor proporciona. 
Graças à reencarnação, o espírito calceta desperta para a realidade da sua vida imortal e termina por compreender a grandeza do ensejo que lhe é facultado, aprendendo que as realizações positivas possuem os recursos para diminuir-lhe a carga perniciosa das realizações infelizes, que lhe pesam na economia da evolução moral. 

Face ao arrependimento, quando alguém se consciencializa do mal que praticou, predispõe-se à expiação do delito, isto é, ao inevitável sofrimento dele decorrente, assim encorajando-se para a reparação. 

Essa reparação não se restringe apenas à área do erro, ou da pessoa a quem se haja prejudicado, mas à própria como à Consciência cósmica, afinal, à Causa Essencial da Vida. 
Dessa forma, à medida que o ser se leva, menos penosa se lhe torna a marcha, por compreender o significado da oportunidade do renascimento na carne, ampliando-lhe o elenco das actividades dignificadoras, que lhe facultam melhores disposições para o avanço, para o crescimento ilimitado. 

Os impositivos da dor-resgate ocorrem nas faixas mais primárias da evolução, da consciencialização pela falta de sensibilidade do ser para aperceber-se das vantagens do bem, enquanto transita nas experiências mais automatistas. 

Assim, a fatalidade do sofrimento na Terra cede espaço para uma visão nova da Justiça Divina, que proporciona o descobrimento dos tesouros do bem ao alcance de todos quantos se resolvem pela mudança de atitude, transferindo-se dos impulsos da violência, do orgulho, do amor-próprio, para as bençãos da pacificação, da humildade, da solidariedade, do bem que podem fazer. 


 



A cada instante, dessa forma, modifica-se o destino, altera-se a rota evolutiva, ameniza-se a aspereza da marcha, alargando-se a paisagem da auto-iluminação. 

A criatura não mais se sente infeliz, graças à alegria pessoal de ser útil; não mais se apresenta solitária, em razão de ser solidária; não mais se insurge contra as provocações, por saber valorizá-las em favor da renovação do entendimento; não mais se molesta com os problemas, pois que dispõe dos meios para solucioná-los, predispondo-se a fazê-lo imediatamente... 

Cada hora constitui-lhe precioso investimento que passa a aproveitar com sabedoria, e não pára a relacionar dificuldades porque reconhece que ao superá-las experimentará os impulsos que o promovem a patamares mais altos na escalada ascencional. 

A reencarnação, embora portadora de objectivos de depuração, é, também, meio saudável de conquista da beleza, da saúde, da plenitude. 

Graças a ela, nada se perde, quando útil e providencial, assim anulando as acções perturbadoras e fazendo cessar os seus efeitos danosos, onde se demorem. 

Propicia a luz da reparação que dissipa todas as sombras da mágoa, da rejeição e do ódio. 
A dor, assim colocada, igualmente constitui lição, que alguns Espíritos elegem, a fim de ensinarem àqueles portadores de menores resistências como comportar-se, quando incursos nos seus estatutos providenciais. 

Tais foram os exemplos de muitos Espíritos Nobres como Sócrates, Estêvão, Francisco de Assis, Teresa d’Ávila entre outros, e, sobretudo, Jesus, o Ser mais perfeito que jamais transitou na Terra, nosso Modelo ideal e Guia seguro. 

Vianna de Carvalho 


(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco,
 em 07 de Agosto de 1995,
 no Centro Espírita Caminho da Redenção,
 em Salvador-Bahia, Brasil)

Fonte:Comunhão Espirita Cristã

 

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