O filme é baseado no conto de 1890 do escritor americano Washington Irving, A Lenda do Cavaleiros Sem Cabeça conta com um elenco de peso, entre eles o sempre ótimo Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson e Christopher Walken. A estória se passa no ano de 1799, final do século XVIII, quando um policial, Ichabod Crane com métodos nada convencionais para época é enviado para investigar o assassinato de pessoas bem influentes na vila Sleepy Hollow.
Lá, o investigador descobre que todas as vítimas tiveram as suas cabeças cortadas, o que o leva a pensar que se trata de um assassino em série, principalmente pelo modo de agir do assassino ser o mesmo. Entretanto, a população local acredita em outra hipótese: o assassino é o fantasma de um sangunário cavaleiro, morto do mesmo modo que suas vítimas na época da Guerra Civil Americana.
Ichabod não acredita na crença popular até testemunhar um dos assassinatos. Empenhado a solucionar o caso, Ichabod passa a usar os seus métodos para descobrir se existe uma ligação entre o assassino e suas vítimas e acaba descobrindo uma trama que envolve a família mais influente da cidade, os Van Tassel, por cuja filha, Katrina, Ichabod acaba se apaixonando.
Produzido por Tim Burton, o filme tem uma fotografia linda e bem sombria e ótimos efeitos especiais, comparado ao baixo orçamento da produção. As atuações são excelentes, Johnny Deep faz um protagonista perfeito em contraponto como o Cavaleiro Sem Cabeça, interpretado por Christopher Walken. Christina Ricci também não faz feio e interpreta a doce Katrina de forma magistral.
A grande atuação na minha opinião fica por conta de Miranda Richardson, que interpreta duas personagens. Um deles é uma bruxa que vive em uma caverna e acaba de certa forma ajudando Ichabod. A outra personagem é a grande vilã, Lady Van Tassel, madrasta de Katrina, que movida por uma vingança pessoal acaba acordando o lendário Cavaleiro Sem Cabeça.
Tim Burton conseguiu criar um filme perfeito. Há suspense e mistério, cenas românticas e algumas, eu diria, mágicas, como quando Ichabod recorda-se de sua infância com sua mãe, que parece mais uma fada. O filme também tem momentos engraçados, protagonizados pelo modo investigativo de Ichabod. Na verdade, mais pelo modo de Ichabod em si, pois seus métodos, embora pouco convencionais para o Século XVIII, são bem parecidos com os métodos que o peritos atuais usam para investigar cenas de crime.
As cenas de ação ganham um ritmo bem mais acelerado e com as ótimas atuações do elenco, conseguem nos transmitir toda a tensão da cena, além dos efeitos especiais serem muito bem feitos. E a trama é bem desenvolvida e bastante envolvente. Em dado momento somos conduzidos por Ichabod a acreditar em uma versão, para em alguns momentos mais adiante, sermos pegos de surpresa com o que o investigador descobre acerca da aparição do tal cavaleiro. Tudo de modo bastante convincente que não insulta a nossa inteligência, deixando claro que Ichabod realmente consegue e sabe conduzir uma investigação e não acerta por mera sorte ou coincidência de fatos.
Por fim, cabe dizer ainda que o filme deixa claro uma crítica ao modo como os ricos e influentes conseguiam suas terras naquela época, roubando dos pobres e registrando tudo em nome de suas famílias, com a ajuda de autoridades corruptas. Outro ponto interessante é saber o que acontece com a mãe de Ichabod, o que ajuda a entender um pouco o seu lado cético.