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Náufrago

Título original: Cast Away / Direcção: Robert Zemeckis :: 2001
   

"O Náufrago pretende passar a ideia de que não importa quantos obstáculos são lançados em nosso caminho, sempre encontraremos maneiras de aceitá-los. A trama do filme não é tanto sobre a sobrevivência do ser humano e sim do espírito humano e é uma ilustração da ideia que sobreviver é fácil, viver é que é difícil". Robert Zemeckis, director.

Você é alguém que vive normalmente, como qualquer outra pessoa. Com planos, carreira, amigos, amores. Um futuro repleto de sonhos realizados. Mas você é também alguém que por um "acaso" muito irónico, perde tudo isso de um dia para o outro, literalmente. Seu avião cai e você é o único sobrevivente, indo parar em uma ilha deserta, tendo como única companhia você mesmo.

Você é agora um náufrago. Ou melhor, no caso, "você" aqui é Chuck Noland personagem vivido por Tom Hanks, em um filme surpreendente e muitas vezes profundo.

O filme surpreende nas possibilidades de reflexão que coloca. Podemos aqui imaginar os sentimentos de alguém que se vê sem saídas, preso às contingências colocadas pela natureza, tendo que lutar pela sua sobrevivência - tal como nossos ancestrais primitivos já o fizeram.

Mas se no início do filme, Chuck Noland é "apenas" um sobrevivente - lutando pra se manter respirando em um esforço quase sobre-humano, entremeado por ataques de desespero e revolta - depois dos quatro anos que passa na ilha, ele parece ter descoberto uma vida ou a própria vida no que ela tem de mais concreto e real: os momentos, os minutos, os dias - e nada mais do que isso.

Essa incrível capacidade de viver completamente sozinho, por mais que saibamos o quanto é difícil a vida em relação e o ficar só pareça as vezes mais fácil, podemos imaginar que alguém que viva deste modo por tanto tempo só pode ter encontrado dentro de si algo incomum para aqueles que não param para se conhecer.

Podemos ir mais longe e imaginar alguém que desenvolveu uma relação consigo mesmo que permitiu que cada dia passasse em plenitude, com a única coisa que se tem de mais real e permanente: o próprio íntimo ou a si mesmo.

Esse filme nos faz reflectir sobre a necessidade que temos de encontrar dentro de nós todos os motivos para nos mantermos vivos e plenos. Encontrar dentro de nós toda a força necessária que podemos contar para superarmos os momentos difíceis. Claro que aqui encontramos uma situação extrema, mas podemos fazer uma analogia com todas as situações que consideramos trágicas em nossas vidas e pensarmos sobre o que realmente estamos perdendo. Será que estamos perdendo algo realmente? Ou será que não temos a nós mesmos, sempre e o tempo todo, uma companhia que podemos contar e amar eternamente, sem medos?

E mais, com esse filme podemos entender de que modo as dificuldades da vida nos ensinam a nos encontrar cada vez mais, ou seja, são as dificuldades que nos mostram nossa força íntima, nossa coragem escondida, nossa inteligência superior e nossa disciplina desconhecida. São estes os momentos que permitem que desenvolvamos todos aqueles "poderes" que nos permitirão um dia dizer com Jesus que "nós somos deuses"...

Podemos finalizar esta análise com uma fala do próprio personagem, já de volta à "vida normal", onde ele afirma que, em um momento de desespero, pensou em desistir de sua própria vida. Mas neste mesmo momento sentiu-se envolvido por uma sensação reconfortante que lhe dizia que de alguma forma ele tinha que se manter vivo. Tinha que continuar respirando, mesmo sem motivos lógicos para ter qualquer tipo de esperança.

E foi o que ele fez, continuou vivo e respirando. Foi quando aquela lógica se mostrou errada quando a maré lhe trouxe aquilo que seria o instrumento para sua salvação. Ele agora tinha uma vela para fazer com que a jangada que pretendia construir superasse as ondas mais altas - e ele saiu dali.

Mas quando voltou, mesmo percebendo que não possuía mais as coisas - os sonhos e os amores - que havia deixado pra trás, mesmo triste ele já sabia o que fazer: "Eu tenho que continuar respirando, porque amanhã o sol nascerá. E quem sabe o que a maré poderá trazer?"

Assista o filme e pense nisso...

 
 
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