Como pode um homem obter a certeza da conquista de si mesmo?
Será que é estudando uma tradição religiosa por mais de 20
anos de total dedicação exclusiva? Será que é através e 3
anos, 3 meses e 3 dias de total meditação nas cavernas
isoladas? Será que é através da ordenação por uma autoridade
constituída? Será que estamos imunes aos desafios e
condicionamentos milenares de nossa cultura ou de nossa
mente? Será que estamos certos em tomar atitudes extremista
ao ponto de nos isolarmos, de renunciar a tudo e a mundo
comum para escapara da roda de nascimentos , morte e
renascimentos (samsara)? Esta é a temática central deste
maravilhoso filme. Rodado na fronteira da índia com o Tibet
,aos pés dos sagrados Himaláias , este filme de belíssima
fotografia apresenta um tempero diferente daquele de
Hollywood , com características fortes de introspecção.
Dirigido e escrito por Pan Nalin , Samsara acompanha o
retorno de um jovem monge budista , Tashi (Shawn Ku) , ao
seu mosteiro após 3 anos, 3 meses, 3 semanas e 3 dias de
pura meditação em uma isolada caverna. Todavia , ao perceber
que ainda não se libertara dos desejos (raiz do sofrimento)
procura uma outra saída e volta ao mundo , seguindo os
passos de Siddarta ( que abandonou a vida no palácio , seu
pai , esposa e filho para viver no mundo que não conhecia
até aprender a conhecer-se).Sua vida tomará outro rumo ao
conhecer Pema (Christy Chung). Ao longo da jornada de Tashi
, mui belamente fotografada por Rali Raltchev, uma incrível
sensação de auto descobrimento pode ser percebida ,pois a
protagonista descobre que não é um Buda , apesar dos vinte e
poucos anos de dedicação. Quanto ao director Nalin Pan ,
dirige seu filme com ar e graça de quem escreve uma peça de
ballet , ambientando o espectador á cultura budista do
filme. Sem nenhum gesto brusco, teatral , se tem a impressão
que todos estão invisíveis , registando fatos reais,
testemunhas oculares da escória narrada. Consegue fazer com
que o elenco transpire espontaneidade convincente , até
mesmo do elenco mirim. Beirando à perfeição , consegue fazer
com que três sequência eróticas do filme participem como
factores importantíssimos ,determinantes e não como nudez
gratuita , demonstrando após alguma reflexão que a
personagem Pema (Christy Chung). do filme é bem mais do que
aparenta. O desfecho , ao final do filme, daria um debate
interminável. Simples ,magistral ,profundo.
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