CARTA A MINHA MÃE
 
 
 
Quis visitar-te o anónimo jazigo
Em que a humildade em paz se nos revela,
Contemplo a cruz, antiga sentinela
Erguida ao lado de um cipreste amigo.


Busco a memória e vejo-te comigo;
Estamos sob o verde da aguarela,
Teu sorriso na túnica singela
É luz brilhando neste doce abrigo.


Recordo o ouro, Mãe, que não quiseste,
Subindo para os sóis do lar Celeste
Para ensinar as trilhas da ascensão.
Venho falar-te, em prece enternecida
Do amor imenso que me deste à vida,
Nas saudades sem fim do coração.

* * *
 
 
Auta de Souza (Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier,
 em 12 de Março de 1989, em Uberaba, Minas Gerais)
 
 

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