Incógnita



Por que misterioso incompreensível

Vomito ainda em náuseas para o mundo

Todo o fel, toda a bílis do iracundo,

Se eu já não tenho a bílis putrescível?



Insondável arcano! Por que inundo

Meu exótico ser ultra sensível

Em plena luz e atendo ao gosto horrível

De apostrofar o pobre corpo imundo?



Fluidos teledinâmicos me servem,

Transmitindo as ideias que me fervem

No cérebro candente, ígneo, em brasa...



De que concavidade do Universo

Vem-me o açoite flamívomo do verso,

Chama da mesma chama que me abrasa?

Augusto dos Anjos
(De "Parnaso do Além-Túmulo"
 - Poesias mediúnicas 
- Autores espirituais diversos,
 de Francisco Cândido Xavier)

 

CEIF - Centro Espírita Irmã Filomena
Rua Estrada Velha Nº116 - Beiriz
C.P. 4495-328 - Póvoa de Varzim
 Portugal 
www.ceifpvz.com
ceif.pvz
@gmail.com