Poesia - Soneto VI 



Quem no Gozo consome a luz divina, 
Audaz queimando a lúcida candeia, 
Do Capitólio vai para a Tarpeia, 
Na cova onde a aflição ruge e domina. 

Desventurado intento, dura sina, 
Do gozador que, mísero, tateia, 
Rogando claridade à casa alheia, 
Ao resplendor solar que ele abomina. 

Desgraçado o destino que se entrega 
À prepotência vil, à guerra acesa 
Dos instintos da carne escura e cega! 

Ó Céus! Que atroz suplício, que tristeza 
No mendigo da luz, que a luz renega 
Às trevas abismais da Natureza! 


Manuel Maria de Barbosa du Bocage 
Do livro “Volta Bocage...”
psicografado por Francisco Cândido Xavier 
editado pela FEB 

 

CEIF - Centro Espírita Irmã Filomena
Rua Estrada Velha Nº116 - Beiriz
C.P. 4495-328 - Póvoa de Varzim
 Portugal 
www.ceifpvz.com
ceif.pvz
@gmail.com