Com: Bryce Dallas
Howard (Ivy Walker),Joaquin Phoenix (Lucius Hunt), Adrien
Brody (Noah Percy)
William Hurt (Edward Walker), Sigourney Weaver (Alice Hunt),Brendan
Gleeson (August Nicholson)
Cherry Jones (Sra. Clack), Celia Weston (Vivian Percy), John
Christopher Jones (Robert Percy), Michael Pitt (Finton Coin)
Quais são as forças
que impulsionam o progresso de um indivíduo e de uma
coletividade .Quais são aquelas que as impelem a se unir em
torno de uma causa ou de uma idéia?O que seria capaz de
transformar mentes e corações de forma autoritária e de fora
para dentro? Haveria algo mais empolgante do que a
liberdade?Seria a liberdade capaz de catalizar o livre
arbítrio em favor do progresso geral?
E as relações humanas , conseguiriam ser melhor definidas
com base no individualismo?Haverá sociedade forte sem uma
forte comunidade?
Haveria forças ocultas internas ou externas a nos vigiar ,
tolher e influenciar nesta ou naquela direção?Haverá uma
verdade dentro de nós e outra fora?
Parece que estas e inúmeras outras questões serão debatidas
neste intrigante suspense do inquieto diretor indiano M.N.
Shyamalan ( sempre esperam que ele apresente outra obra
prima após o cultuado " O Sexto Sentido").
Boa direção ,adequado para a telona e que perde um pouco do
brilho na telinha sem contudo comprometer a qualidade do
produto final.Surpreendente e envolvente com elenco pra lá
de convincente, especialmente o trio de atores centrais, com
destaque para Bryce Dallas Howard (Ivy Walker).
.............................................................................................................................................................
O que é o sofrimento?
Night Shyamalan, também diretor de “O
Sexto Sentido” e “Sinais”, revela novamente sua originalidade
em propor temas que remetem a interessantes reflexões. Além da
considerável atuação de Joaquin Phoenix (O Gladiador), como
Lucius Hunt, do desequilibrado Noah Percy, por Adrien Brody
(ganhador do Oscar melhor ator em O Pianista), e estrelando, a
protagonista Ivy Walker (Bryce Dallas Howard) que atua como
uma cega que vê o mundo diferente dos demais.
Por caminhos não costumeiros Shyamalan
revela onde reside o medo dos homens - sofrer.
E o que você faria para não ver as
pessoas que ama sofrendo?
A vila de Convington que dá título ao
filme, situada ao Sul do estado americano da Pensilvânia,
reflete o incômodo social causado após o atentado de 11 de
setembro nos EUA devido a sensação de insegurança, representa
o isolamento e a busca de uma perfeição comunitária. É cercada
por uma floresta, nesta residem criaturas míticas, monstros
carnívoros, que carregam um pacto, o de que os habitantes não
invadam a floresta, e em contra partida as criaturas, que não
são mencionadas o nome, não entram na vila.
Nesta vila há uma exigência para com
seus habitantes, o de extremo caráter de solidariedade para
que sobrevivam. Contudo a tentativa dos anciãos, pessoas que
viveram em cidades antes de fundarem a vila, de se preservar a
inocência dos nativos, esconde uma dualidade:
A inocência é inerente aos homens e a
sociedade que a corrompe, ou o homem carrega uma sombra a ser
aperfeiçoada, que ainda o envereda aos abismos do
crime?
O drama inicia-se quando o jovem Lucius
intenta sair da vila para ir em busca das cidades para trazer
o progresso e de seu amor por Ivy, que o corresponde, que se
manifesta a desgosto de sua timidez.
Embora o regime fronteiriço seja
respeitado, ou seja, o mal permaneça para fora de nossas
cercas, surge a paixão dos homens para conturbar a
harmonia.
Para contrariar a previsão de um
desajuste que pudesse acarretar na perturbação do vilarejo,
revela-se o amor dos jovens, que devolve a esperança do
triunfo do bem.
Descubra neste filme quais são teus
temores. E depois procure o amor – “Deus é amor” – e pergunte
se teu medo ainda faz sentido.
Certo que a criança se protege ao
mostrá-la que um pequeno fósforo queima o dedo, para que se
afaste do fogão, ou de qualquer material em chamas.
Porém até quando permaneceremos
impedidos de realizações em prol do bem e do desenvolvimento
íntimo, por acreditar que o contato com o mundo possa denegrir
o caráter e corromper os sentimentos.
Como diz um dos personagens, um ancião:
“Lá fora eu perdi um irmão, aqui o resto da minha família,
descobri que a vida é sofrer”.
Não caiamos nesta ilusão, tenhamos a fé
no progresso, e de que a melhora do mundo acontecerá quando
atingirmos a plenitude das relações sociais, fundamentada na
solidariedade e na fraternidade.
Tanto a segurança, quanto à liberdade,
são íntimas e não podem ser retiradas, desde que não se
alicercem em meios externos. Assim, encontrará o motivo de
seus sofrimentos, pois as amarguras se restringem à ignorância
ou a manifestação do egoísmo e do orgulho.
Abnegação e coragem revelam as
fronteiras para a paz.
|