Billy Elliot (Jamie Bell) é um
adolescente que vive com o pai (Gary Lewis), seu irmão Tony
(Jamie Draven) e sua avó (Jean Heywood), em uma pequenina
cidade no Nordeste da Inglaterra, no início dos anos oitenta.
Sua vida, desde a morte da mãe, é marcada pela escassez de
diálogo familiar e pelas dificuldades financeiras, decorrentes
da modesta situação de seu pai e de seu irmão, ambos
trabalhadores de uma mina de carvão.
Tudo é muito pacato e rotineiro - a não
ser pela greve em que os mineiros encontram-se envolvidos -,
até o dia em que Billy, depois de mais um sofrível desempenho
no treino de box, acaba, quase que por acaso, fazendo uma aula
de balé. Daí para frente sua vida sofre uma mudança marcante.
Com o estímulo da implacável e maternal professora, Sra.
Wilkinson (Julie Walters), ele apaixona-se irreversivelmente
pela dança.
Nem tudo, no entanto, são flores.
Apesar de seu indiscutível talento e do entusiasmo que o
motiva, Billy enfrenta um obstáculo bastante significativo: a
oposição ferrenha de seu pai - que o queria ver lutando box.
O preconceito e a intolerância são
abordados de forma franca e divertida, sem nenhum pieguismo.
As actuações de Jamie Bell e Julie
Walters, orquestradas pela direcção acertada de Stephen Daldry,
emocionam e convencem.
A trilha sonora - harmónica com os
sentimentos de Billy - combina de modo contagiante com as
coreografias desenvolvidas. A fotografia mostra uma Inglaterra
quase desconhecida: bucólica e repleta de cores contrastantes
- o azul do céu e do mar destoando das casinhas todas iguais
cor de tijolo e dos campos, ora verdes, ora brancos pela neve.
A história de Billy é mais uma
demonstração de que tudo na vida, por mais talento que
possamos ter, exige dedicação e inquebrantável esforço. Nada
cai do céu. Nem o sucesso, nem a realização. Os sonhos, para
tornarem-se realidade, custam sempre, alguma maneira, muito
empenho e coragem, não só para Billy Elliot, mas para mim e
para você também
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