Sem profissão, sem namorada e sem
qualquer objectivo na vida, Will (Hugh Grant) passa seus dias
assistindo a TV, comprando CDs e conquistando mulheres.
Ele não leva nada, nem ninguém, a
sério e acredita piamente que alguns homens (ele, por exemplo)
são verdadeiras 'ilhas', capazes de viver sozinhos, isolados.
Um belo dia, quando ele está armando
mais uma das suas conquistas amorosas, ele conhece, por acaso,
Marcus (Nicholas Hoult), um garoto de onze anos, desajustado e
infeliz.
Toda a dificuldade de Marcus decorre da
complicada situação familiar: um pai ausente, uma mãe
depressiva tentando se matar, e ele, em meio a tudo isso,
incapaz de fazer amigos.
É claro que Will, egoísta ao extremo,
não tem a menor intenção de estreitar relações com quem quer
que seja, muito menos com Marcus. Mas quando menos espera e sem que possa fazer
nada a respeito, vê sua privacidade invadida por esse menino
infeliz que busca não só atenção, mas principalmente segurança
e amizade.
Os diálogos são divertidos, cheios de
ironia e bom humor. Mais divertido ainda é saber o que se
passa no pensamento dos personagem, os quais, diga-se de
passagem, nem sempre são 'politicamente correctos.
Percebe-se nitidamente que muitas
vezes as pessoas pensam uma coisa e acabam dizendo outra, seja
por educação, seja hipocrisia.
As situações vividas por Will e Marcus
- no fundo dois grandes garotos - mesclam cinismo e esperança,
sem que o filme nunca perca o tom de comédia.
Além disso, os temas solidão e
superficialidade dos relacionamentos são retratados com
bom-humor e muita habilidade, nessa divertida adaptação do
livro 'Um grande garoto', de Nick Hornby.
Ficam as mensagens: não se isole,
compartilhe; não tema, enfrente seus medos; e, claro, um
verdadeiro amigo é realmente um grande tesouro.
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